ESTUDANDO A PALAVRA

ESTUDANDO A PALAVRA

sexta-feira, 19 de dezembro de 2008

ESTUDOS NO CREDO DOS APÓSTOLOS

ENTENDENDO O CREDO APOSTÓLICO.
com
João Ricardo Ferreira de França.[1]
jrcalvino9@gmail.com /jrcalvino9@hotmail.com
jrcalvino9@yahoo.com.br

Boa noite a todos, nós estamos mais uma vez aqui para estudarmos este tão precioso credo, e estamos agora abordando o segundo aspecto doutrinário do credo, ou seja, estamos lidando com: Deus, Filho e a nossa redenção. O nosso último encontro foi salutar, pois, aprendemos sobre a primazia de Cristo no credo. E hoje vamos trabalhar um aspecto que julgo de capital importância para cada um de nós que estamos aqui nesta noite, vejo que muitos tomam nota do que falo, isso é bom, todavia, gostaria que cada um pensasse comigo sobre o que vamos estudar apartir deste momento.
Iremos de fato avaliar o terceiro artigo do credo. Que diz: “Creio em Jesus Cristo[...] o qual foi concebido por obra do Espírito Santo, nasceu da virgem Maria...” Quando leio estas palavras fico pensando sobre que tema daria a esta aula de hoje? Seria o ato magno do Espírito Santo? Seria um bom tema para explorarmos nesta aula, todavia, isso seria cometer uma incongruência tamanha, pois, aqui se enuncia o aspeto teológico de Deus, o Filho; então, penso que o tema, não menos valoroso do que o que acabei de especular, seria de fato:
O GRANDE MISTÉRIO DA ENCARNAÇÃO.
Pois bem, este é o tema de nosso estudo desta noite. A doutrina da encarnação sumiu de nossos púlpitos, onde ela está? Por onde anda? Até mesmo em Igrejas confessionais tal doutrina não recebe a devida atenção; estaríamos prontos a vasculhar o credo e procurar nesta doutrina as dracmas perdidas da Igreja? Alguns, têm sugerido que tal doutrina, a encarnação, serve apenas para os círculos acadêmicos. É verdade que muitos de nós aqui pode até pensar desta forma, todavia, não deveria ser visto por este prisma. A encarnação é a doutrina da Igreja – no sentido mais prático do termo – e não pode ser relegada o mero intelectualismo árido que marca o nosso tempo.
O credo quando é recitado na Igreja fala-nos disso de forma muito clara, e precisamos compreender isso da forma mais prática e vivencial possível, este tem sido o meu grande desafio ao ministrar-lhes estas singelas aulas.
O nosso símbolo de fé diz “Creio em Jesus Cristo[...] o qual foi concebido por Obra do Espírito Santo nasceu da virgem Maria...” estas palavras me deixam perplexo, pois, nos comunicam algo mais do que os melhores livros poderiam fazê-lo; estas palavras nos falam que Deus decidiu tornar-se um homem! A Segunda Pessoa da Trindade, Deus, o Filho foi “Concebido”! Nossa! Isso é elevado de mais para cada um de nós aqui nesta noite. Mas é a fé da Igreja e não pode ser negligenciada. Deus veio até os homens em forma humana. Isso é importante para todos nós que somos salvos, sem a encarnação não haveria a possibilidade de redenção.
O credo diz que a Igreja crê na realidade histórica da encarnação. Por que digo isso? Bem, porque muitos têm dito que não existe tal milagre! Vejamos o que podemos aprender sobre tais palavras com muita parcimônia.
A primeira questão que desejo chamar a sua atenção no credo é a expressão: “o qual foi concebido...” a palavra chave para toda a nossa abordagem está aqui “concebido” o termo grego pode ser traduzido por “gerado”, isso nos lembra a afirmação de calcedônia em 451 d.C – “gerado, não feito” – a idéia que o credo nos passa é que Cristo não veio ao mundo por ato criativo de Deus, o que de fato o colocaria na função de criatura de Deus! Gerar é algo mais profundo do que criar.
O que está envolvido aqui diletos irmãos em Cristo? Quando o credo usa o termo “concebido” está nos dizendo que Cristo tinha a mesma natureza do Pai. Reiteremos este assunto porque possui uma capital importância para cada um de nós. A negação deste principio basilar leva-nos para uma linha de uma cristologia truncada, anti-cristã e anti-filosófica.
A encarnação tornou-se possível devido ao papel ativo do Espírito Santo; isso é demonstrado em nosso credo que diz “...foi concebido por obra do Espírito Santo...” quando olhamos para esta declaração nos perguntamos, o que significam estas palavras? Estas palavras significam que O Espírito Santo esteve santificando o ventre da virgem para que esta pudesse receber o Filho de Deus. A obra do Espírito estava vinculado ao fato de que a concepção de Cristo deveria ser basicamente erigida sobre este princípio imperecível. O ventre de Maria deveria ser santificado para que a corrupção do gênero humano não passe para o redentor.
Qual era a função do Espírito Santo neste grande evento da encarnação? Um grande erudito nos diz que a função do Espírito Santo era “conservar a santidade e a impecabilidade daquele que estava para nascer”[2]; estamos de acordo com isso? Sim. Pois a evidência bíblica nos inclina para isto conforme Lucas 1.35.
A obra santificadora do Espírito sobre o ventre da virgem era de notável necessidade uma vez que todos (homens e mulheres) nascemos corrompidos conforme nos ensina o santo apóstolo em Romanos 5.12, era preciso que a doutrina da encarnação preconizada em Gênesis 3.15 encontrasse espaço mediante a ação do Espírito Santo – o descendente prometido deveria vir ao mundo para redimir, ser salvador e só poderia fazê-lo tendo uma natureza livre do pecado.
Isso nos leva para outra verdade ensinada no credo “o qual foi concebido por obra do Espírito Santo nasceu da virgem Maria...”esta declaração do símbolo de fé deixa-me perplexo! Ele nasceu... Cristo veio ao mundo. Deus era uma criança nos colos de uma mortal! Aqui se retrata a profunda humilhação de nosso redentor. Ele nasceu de uma mulher.
Isso era necessário? A resposta deve ser positiva, pois, vemos no nascimento de Cristo o cumprimento de Gênesis 3.15. Ele era o segundo Adão que nos fala o apóstolo em Romanos 5. Ele tinha que ser humano perfeito. A doutrina enunciada aqui nos conduz para a compreensão da solidariedade da raça humana. Cristo partilhou de nossa natureza, ele recebeu uma natureza humana verdadeira – herdada de Maria – todavia, com diz Calvino, uma natureza “viciada a tantas misérias”[3] a humilhação de Cristo está aqui clara diante de nós. O credo confessa isso. Ele se humanizou, e vestiu os trapos de nossa carne. ( Fp. 2.5-11)
O nascimento virginal de Cristo mais a ação soberana do Espírito Santo mostra a novidade da historia redentiva que Deus estava executando. O seu Filho estava vindo ao mundo para redimir o seu povo. O Seu Filho Santo veio habitar com os pecadores.
Note algo fundamental no credo. Não diz que ele veio ser depositado no ventre da virgem! Ele veio nascer. Ele nasceu, o seu nascimento foi natural – não foi algo magistral, foi simples, todavia, foi milagroso, pois, uma virgem gerou o Filho de Deus; aqui ecoa a realização do dito profético de Isaías 7.14 como boas-novas aos pecadores.
Quando o credo diz que ele “nasceu da virgem” se tem em mente mostrar que ele [Cristo] tomou para si uma alma humana verdadeira e que tinha um corpo real verdadeiro tangível ao toque humano Jo. 20.27-28. A Bíblia está repleta desta verdade que não pode ser negada.
Aprendemos pelas Escrituras que ele se “encarnou” conforme lemos em João 1.14; ele habitou entre nós. Já dissemos em outra ocasião que o verbo habitou aqui nesta passagem indica que “Deus tabernaculou”, armou a sua tenda em nosso meio. Ou seja, o nascimento do Filho Deus era a manifestação plena do dito profético que diz “seu nome será Emanuel” que quer dizer “Deus conosco”! Este deve ser o entendimento desta questão da encarnação.
A Bíblia ensina que Cristo tinha uma alma humana verdadeira vemos isso em Mateus 26.38, uma alma que poderia ser marcada pela tristeza; pela angústia de morte! Este é o ponto em questão, ele era homem pleno em sua constituição e negá-lo seria ir contra toda a evidência Bíblica.
Em nossas leituras bíblicas também aprendemos que Cristo de fato nasceu da virgem conforme nos ensina o credo que recitamos dominicalmente, a Bíblia diz que ele nasceu desta virgem que o credo apresenta o nome “Maria” Lucas 1.27,21,42.
Mas o credo está também focalizado na realidade de que o nascimento de Cristo vindo por uma virgem era de fato a inauguração de novo momento na história da redenção dos homens conforme aprendemos em Galátas 4.4 – na plenitude dos tempos – isso indica que o nascimento de Cristo inaugura o fim de uma era marcada pelo pecado e inaugura uma nova época. Ele é a concretização da esperança escatológica do período veterotestamentário. Então, Maria não está em cena neste aspecto de forma alheia a vontade de Deus, mas está exatamente para fazer cumprir o propósito de Deus para a redenção da humanidade que é restaurada em Cristo.
Cabe então, uma pergunta: Maria é co-redentora? Não. Ele não é redentora, mas é redimida pela ação de Deus. Ela crer em seu salvador – bastar ler o seu cântico no Evangelho de Lucas - o que este aspecto do credo sumariza para cada um de nós nesta noite é que Cristo tinha de fato uma natureza humana herdada de sua genitora. Todavia, ela gera a pessoa do redentor que é Deus e homem.
A encarnação de Cristo e sua geração no ventre da virgem nos aponta para a realidade da humanidade perfeita – perfeita? – Sim! Porque Cristo é sem pecado, ou melhor, concebido sem pecado. Isso não quer dizer que a relação marital seria pecado, especialmente neste caso aqui, mas significa que o efeito do ato miraculoso do nascimento virginal chama atenção para a mensagem redentiva de Deus ao homem. A sua concepção no ventre da virgem nos alude a questão de que formos feitos para sermos perfeitos, mas o pecado mudou tudo isso! É no ventre de Maria que pecado começa a ser tratado como deveria ser encarado, ou seja, como algo que corrompe todos os propósitos divinos, por isso, para a resolução do problema chamado de pecado é necessário uma intervenção divina – por isso, temos a menção ao Espírito Santo no credo – o Espírito Santo possibilita a chegada de Cristo ao mundo dos mortais.
Mas, é bom que se diga que o credo está rejeitando a noção gnóstica, conforme já temos abordado, pois, a realidade da encarnação é que Cristo sendo Deus veio até nós pecadores. Isso nos leva a entender que a matéria não é má conforme era ensinado pelos gnósticos. O propósito de tudo é a glória de Deus neste assunto. Deus é glorificado no simples fato de que o seu Filho Jesus Cristo assume a nossa natureza para puder satisfazer a justiça eterna de Deus.
Que lições aprendemos aqui?

1 – Aprendemos que o pecado é algo sério: Cristo vem e se faz homem porque o pecado corrompeu toda a raça humana, e apenas um homem perfeito poderia de fato satisfazer a ira de Deus, por isso, devemos odiar o pecado pois ele corrompe tudo o que deveria ser perfeito.

2. Aprendemos que a humildade é singular no cristianismo: O próprio Cristo nos ensina isso de forma evidente, ele sendo o Senhor do universo, criador de todas as coisas no cosmos decide vestir-se da carne humana. É uma grande lição para cada um de nós aqui. O nosso Deus veio habitar entre nós! Isso exige e nós humildade.

3. Aprendemos que temos esperança: A encarnação de Cristo nos ensina que há uma esperança fundamental na vida da Igreja, é o fato de que a humanidade perfeita foi apresentada a Deus por nosso redentor, isso nos dá esperança de que tudo o que hoje somos – com dor, lágrimas, perdas gritantes e morte – é nada diante da nova era inaugurada pelo Redentor! Temos a certeza de que a nossa humanidade está segura porque o nosso Deus veio e se fez homem e cumpriu as exigências da lei em nosso lugar.
[1] O Autor é membro da Igreja Presbiteriana do Brasil. É fundador e atualmente lidera a Congregação Presbiteriana da Sagrada Herança Reformada em Prazeres – Jaboatão dos Guararapes.
[2] FERGUSON, Sinclair B. O Espírito Santo, São Paulo: Os Puritanos, 1 edição, 2000, p.50.
[3] CALVINO, João. The Gospel according to John, Edingurgo: St. Andrew Press,1959, p.20.

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João Ricardo Ferreira de França.[1]
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Estamos mais uma vez aqui para estudarmos o credo apostólico. No nosso último encontro abordamos o primeiro artigo do nosso credo apostólico, que digo com toda a paixão do mundo que ele é o meu credo preferido, não que os outros não tenham a sua importância porque na verdade eles têm; mas porque este credo representa – com muita proximidade – o que os cristãos primitivos acreditavam.
A nossa aula de hoje abordará o segundo artigo do nosso credo que é “Creio[...] em Jesus Cristo se único Filho, o nosso Senhor...” Sempre que leio esta expressão singular do nosso credo fico pensando como a Igreja o negligencia com tanta facilidade que fico literalmente irritado; diletos irmãos estamos aqui nesta noite para entender o que o credo tem a nos ensinar neste segundo artigo, espero que Deus nos ajude a fazê-lo.
A PRIMAZIA DE CRISTO NO CREDO.
Penso que este seja o tema mais adequado para tratarmos deste artigo do nosso credo. Quero mais uma vez chamar a sua atenção para o fato de que o credo não confessa apenas a identidade de crença da Igreja na Pessoa do Pai, ou seja, não é apenas crer em Deus Pai, mas também temos aqui a fé sendo destinada ao seu autor e consumador – A Segunda Pessoa da Trindade – Deus, o Filho.
Por que digo isso? Bem, deixe-me lhe explicar. A fé genuína expressa no credo não pode ser dirigida a um ídolo, jamais o ídolo deve receber a elevação dos nossos corações (Sursum Corda litúrgico), seríamos reputados como idólatras se assim fizéssemos; logo de imediato aprendemos neste segundo artigo que o objeto de nossa fé não pode ser um ídolo, mas também, não pode ser uma criatura, pois, seria usurpar a glória de Deus!
Os primeiros cristãos diziam “Creio em Jesus Cristo nosso Senhor” isto não lhe deixa chocado!? Pois, a Igreja primitiva rejeitava a noção ariana[2], o povo do pacto seguindo a palavra de Deus, e, entendendo que Deus era o único objeto de sua fé não hesitou em dizer que exercia fé também na Pessoa de Jesus Cristo. A conseqüência lógica disso era que Jesus é Deus! Ter confiança em uma criatura sempre foi visto como uma blasfêmia contra Deus, logo, a Igreja ao invocar, orar e confiar em Jesus Cristo estava de fato chamando-o de seu Deus.
Então, quando recitamos no credo que “Creio em Jesus Cristo seu único filho nosso Senhor” estamos dizendo ao mundo que aquele Cristo da cruz que padeceu ali, não foi um mero homem, mortal limitado, mas foi o próprio Deus que estava na cruz. Essa era a crença comum da Igreja. Espero que isso tenha ficado em vossas mentes.
Pois bem, agora desejo chamar a sua atenção para uma acusação que geralmente é feita contra a recitação do credo, a acusação é a seguinte: “Não vou recitar o credo, porque ele só fala de dogmas que não envolvem a soteriologia (doutrina da salvação) não vejo, dizem eles, no credo nada que trate da salvação”.
Bem, tal acusação é infundada e revela que quem a formula não leu o credo quando diz “[creio...] na remissão dos pecados, ressurreição do corpo e na vida eterna” pois aqui está de fato a doutrina da redenção de forma clara; em um momento propício trataremos disso.
Mas também tal acusação revela o desconhecimento claro da teologia que o credo expõe, é público e notório de todos aqui que o credo está dividido em três partes principais: 1. De Deus, Pai e nossa Criação; 2. De Deus, o Filho e nossa redenção; 3. De Deus, o Espírito Santo e nossa santificação. Estas três verdades estão presentes no credo. Então, a acusação é infundada! Deixe-me lhe mostrar isso de maneira mais detalhada.
Observem o que o artigo que estamos analisando nos diz: “[creio...] Jesus Cristo...”. O nome Jesus não apenas indica a identidade existencial de Cristo, mas indica também a sua função; Lucas (1.21) nos informa que o filho que nasceria de Maria deveria chamar-se Jesus note o que eu disse: “deveria chamar-se”; não foi dado o direito dos pais do menino escolher o nome, mas o nome foi dado por Deus; isto nos revela algumas verdades:
1. Que o nome dado ao filho que estava sendo gerado aponta para um ato da graça de Deus.
2. Que tal nome traz Deus até nós de forma graciosa, amorosa e singular! Não é qualquer nome, é o nome que Deus, o Pai escolheu para dar ao seu Filho.
Por que o menino deveria chamar-se de Jesus? Deus não deixa ao encargo dos homens explicarem a decisão dEle, mas o próprio soberano do universo nos diz que ele se chamará assim porque “ele salvará o seu povo dos pecados deles” a doutrina da expiação limitada não encontra sua justificativa em outro lugar a não ser no significado do nome do Cristo da Cruz. Ele não salva o mundo – ele salva o povo que lhe pertence – os seus eleitos – e assim o seu nome sempre será lembrado.
Esta verdade é confirmada por várias passagens das Escrituras. Entre as quais encontramos Atos 4.12, ali nós encontramos o fato de que não existe nenhum outro nome dado entre os homens pelo qual devemos ser salvos. Este é o ponto. Ele é salvador, pois, o seu nome significa – Deus é nossa salvação! Ou seja, o próprio Deus em Jesus nos salva de nossos pecados e misérias.
Mas, o credo não termina expondo a significação do nome Jesus; ele também o designa de “Cristo” – “Eu creio em Jesus Cristo[...]”. Quero lembrá-los que pessoas há dizendo e supondo que o nome “Cristo” refere-se ao sobrenome de Jesus –isso é um ledo engano! O nome “Cristo” descreve a função mediatória de Jesus; ou seja, o nome “Cristo” está vinculado a sua função de mediador.
O termo “Cristo” é profundamente escatológico, pois, significa “Messias ou Ungido” apontando para o fato de que Jesus é o Messias de Deus prometido para a redenção do povo do pacto.
A implicação disso é que no momento do culto ao recitarmos o credo estamos de fato dizendo que Cristo é o nosso redentor! Ele é o Messias esperado (Jo.4.25,26). A própria consciência que Jesus tinha de que era o Messias é profundamente evidente no Novo Testamento Lc. 4.17-21 é uma citação de Isaías 61.1,2; e, em Mt. 12.17-21 é uma citação de Isaías 42.1-4.
Então, quando lemos no credo tal verdade estamos diante da realidade de que um evento escatológico que havia se manifestado nos tempos neotestamentários, ou seja, o redentor prometido veio! E, assim, podemos dizer com todas as letras “Eu creio em Jesus, o Cristo...” sendo que desta forma nós percebemos que o credo é supremamente soteriológico (apresenta-nos a doutrina da salvação ao homem) e, por isso, devemos recitá-lo dominicalmente em nossas reuniões litúrgicas porque mostra ao mundo que o nosso Deus em Cristo nos tem trazido a redenção para o nosso corpo e a nossa alma!
Diletos irmãos, o credo continua nos dizendo que como Igreja Católica ( no sentido da Igreja que está em todos os lugares ) nós não apenas cremos em “Jesus Cristo”, mas indica também que cremos que ele é o único Filho de Deus. No Domingo – Dia do Senhor – nós recitamos “[Creio em...] Jesus Cristo seu único Filho...” Alguns aqui nesta noite poderão dizer: “Mas os pais da Igreja sempre chamaram seus paroquianos de filhos de Deus, mas no credo diz que apenas Jesus é o “único Filho de Deus”, como entender isso?” Esta é uma boa pergunta!
Queridos estamos diante de uma grande doutrina cristológica. Vemos aqui uma concepção profunda da cristologia primitiva da Igreja! Percebemos que Cristo não é o Filho de Deus nos mesmos termos que somos filhos, isso requer de nós alguma consideração.
Somos filhos de Deus por meio de uma doutrina chamada adoção[3], fomos adotados por Deus em sua família por meio de Cristo, este é o ensino claro das passagens bíblicas em Efésios 1.5; Gálatas.4.4,5; Romanos.8.17; todavia, o credo diz que Cristo é o “único Filho de Deus”, o termo grego que o credo utiliza é o “monogenês” este termo é usado para descrever que Cristo é “unigênito”, ou seja, ele possui a mesma natureza do Pai! Quando o credo diz que “Creio em Jesus Cristo seu único Filho” está reafirmando a divindade de Cristo! Ele tem a mesma natureza do Pai. Ele é Deus e por isso deve ser adorado e objeto de fé da Igreja. Ele é o cabeça da Igreja como diz Paulo, isso porque ele é o “unigênito do Pai”(Jo.1.14-18). Apenas Ele tem essa natureza partilhada com Pai, temos aqui a plena certeza de que a Igreja primitiva ensinava isso de forma evidente – que Cristo é Deus.
Quero ressaltar que o termo grego “monogenês” significa ‘único’ , ‘sem igual’, ‘único do seu tipo’ ele expressa de fato a manifestação da divindade em Jesus. Por que isso? A resposta está em João 1.18 – para revelar o Pai – no grego nós temos – exêgésato – “que significa levar para fora, explicar, relatar os fatos” era usado para dar a explicação acurada dos segredos divinos. Ou seja, Cristo é a perfeita exegese de Deus. Olhe bem! Veja o que dizemos quando falamos “Creio em Jesus Cristo seu único Filho...” estamos afirmando que toda a verdade que temos sobre Deus provém da maior revelação dEle mesmo - o seu Filho Jesus Cristo! Isso me deixa pensativo e reflexivo, pois, Deus quis se mostrar a nós pecadores na Pessoa bendita de seu Filho.
Ainda temos algo a considerar no credo. O credo ainda nos afirma algo bastante negligenciado em nossos dias. Ele diz [Creio em...] Jesus Cristo seu único Filho, nosso Senhor...”
Cristo é de fato Senhor da Igreja? E por que a Igreja não obedece a sua palavra? Por que negligencia este principio basilar do credo? A Igreja, ao recitar o credo, reconhece que não é independente, que não é livre, mas que é serva! Ela serve ao Senhor Jesus Cristo, então, quando não obedece a Cristo ela está se condenando quando recita o credo!
Temos uma Igreja em nossos dias que só fala de Cristo como salvador, mas nós como Igreja de Cristo, somos salvos também pelo senhorio de Cristo. Precisamos resgatar essa doutrina dentro de nossas Igrejas. Essa é uma tarefa de cada um de vocês aqui nesta noite, repensar e reafirmar uma redenção pelo Senhorio de Cristo!
Veja como nós tratamos o Domingo! Desprazamos dia de Cristo, fazemos os nossos interesses neste dia que pertence somente a ele. E o que dizer do culto prestado a Cristo? Somos negligentes para com o culto. E os sacramentos? Como consideramos eles? Rejeitamos, não zelamos por eles. E a evangelização? Temos cumprido o ide de Cristo? Não! E ainda temos a ousadia de dizer no culto público “creio em Jesus Cristo seu único filho, nosso Senhor...”
Queridos precisamos deixar de sermos hipócritas! Precisamos resgatar a doutrina da soberania de Cristo como nosso Senhor, pois, quando dizemos que Ele é o nosso Senhor estamos de fato reconhecendo sua Soberania sobre cada um de nós.
Vocês já leram na Bíblia alguma passagem que fale de Cristo como Salvador sem associá-lo a seu Senhorio? Não. Eu nunca li tal coisa! Veja o livro de Atos 2.21 “...todo aquele que invocar o nome do Senhor será salvo...”; antes de ser meu salvador Cristo é meu senhor esta era a crença da Igreja primeva. Ainda veja Atos 2.36 “...Deus o fez Senhor e Cristo...”, e ainda, temos atos 16.31 – “Crê no Senhor Jesus e serás salvo, tu e a tua casa”. veja também as cartas paulinas como elas são introduzidas: “Paulo servo de Cristo” no grego temos a expressão “doûlos” que significa “escravo” de Cristo. Mas, ele também relaciona o senhorio com a redenção manifestada por Cristo. Em Romanos 10.9 “...confessares Jesus como Senhor...serás salvo”, notaram que primeiro existe uma resignação de reconhecer Jesus como “kyrios” – Senhor – antes de vê-lo como “Sôter” – Salvador!? O Novo Testamento não nos autoriza a fazermos tal dicotomia, e quem somos nós para fazê-lo? Uma salvação que não implica em obediência a Cristo, esta deve ser de fato questionada!
Cristo é o Senhor da Igreja. Mas isso implica em mais que obediência devida a Cristo, implica também que Ele preserva e defende a Igreja.
Onde está a segurança da Igreja? Está em Cristo! Cristo é o Senhor da Igreja. Ele não é apenas servido pela Igreja, mas ele defende a Igreja, luta por ela, intercede pela Igreja.
Então, quando recitamos que cremos que Cristo é “nosso Senhor” estamos dizendo que não estamos abandonados neste mundo! Que temos um Deus nos céus que é por nós! E ninguém poderá vencer a Igreja de Cristo. Ele é Senhor, ou seja, nós temos a certeza da providência de Deus sobre a nossa vida, pois, o nosso Senhor habita nos céus cuidando e zelando por cada membro de sua Igreja.
A doutrina do Senhorio de Cristo nos traz paz e conforto ao coração. Um senhor providencia tudo o que é necessário para os seus súditos. E de igual modo o faz Cristo, ele nos deu pastores para nos pastorearem – isso é o reflexo do senhorio de Cristo sobre a Igreja – Ef.4.11; e, também, concede o seu Espírito para nos guiar a toda verdade – Jo.16.13.
A providência nos mostra que Cristo continua sendo Senhor. Então, quando nos reunimos no Domingo a noite estamos dizendo: “Creio...que Cristo é meu Senhor, e por isso, devo obedecê-lo, mas que ele me ama, cuida de mim e derrota todos os inimigos da Igreja”.
No credo estamos dizendo ao mundo que temos um defensor. Um guerreiro real que está disposto a defender a Igreja contra os ataques do mundo e de Satanás. Aqui está a fé da Igreja diante de cada um nós. Bem o que fazer depois de compreendermos tudo isso? Que aplicações podemos fazer deste artigo do credo? Deixe-me dizer-lhes:

1. Devemos abandonar toda e qualquer concepção que não faça de Cristo o objeto de nossa fé – pois, implicitamente se estar negando a divindade de Jesus Cristo. Ele deve ser visto como objeto de nossa Fé isso porque Ele é de Fato Deus “Eu Creio em Jesus Cristo...”
2. Rejeite todo ensino que não apresenta Jesus como redentor de um povo específico – os eleitos – ou seja, rejeite a expiação universal ou universalismo, pois tal ensino contradiz o significado do nome de nosso redentor.
3. Viva na perspectiva escatológica apresentada no nome “Cristo” , pois, ele indica de forma clara que o Messias já veio e realizou uma expiação definitiva e eficaz para os eleitos de Deus, então, viva nesta perspectiva de que de fato você tem um redentor! De que você foi perdoado eficazmente em Cristo e por Cristo!
4. Viva sempre a perceber que a obra da redenção só foi possível por que Jesus é o “Único Filho de Deus” no sentido pleno do termo – Ele é Deus e por isso pôde de fato realizar uma tão poderosa redenção, pois, ele tem a mesma natureza do pai – se você desprezar isso estará perdido de forma clara.
5. E por último assuma um compromisso de aceitar a Cristo como seu Senhor. Entendendo que você deve obedecer-lhe nos mínimos detalhes, e compreender que o Senhorio de Cristo revela sua soberania e o seu cuidado para com a sua vida – jamais esqueça disso!

[1] O Autor é membro da Igreja Presbiteriana do Brasil. É fundador e atualmente lidera a Congregação Presbiteriana da Sagrada Herança Reformada em Prazeres – Jaboatão dos Guararapes.
[2] Ário foi um presbítero da Igreja que negava a divindade de Cristo dizendo que Jesus Cristo era a primeira criatura de Deus , isto no IV-V século d.C – este ensino foi absorvido pela seita Testemunhas de Jeová.
[3] Veja-se a Confissão de Fé de Westminster capítulo 12

ESTUDANDO O CREDO APOSTÓLICO.

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João Ricardo Ferreira de França.[1]
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Um dos grandes dilemas enfrentado pela Igreja Cristã da pós-modernidade está no fato de que a mesma não tem mais paradigmas para seguir e observar.
A ausência de um credo dentro da igreja nos dias de hoje nos deixa tão vulneráveis a toda sorte de doutrina e heresia; os ventos de doutrinas mencionadas pelo apóstolo (Ef.4.14) é uma temática em nossos dias, daí surge uma necessidade de se confessar a nossa fé. Por isso, há uma profunda busca pela confessionalidade em nossos dias.
Nesta aula nós vamos iniciar transcrevendo os doze artigos de fé que temos diante de nós; estes artigos sumarizam tudo o que cremos como Igreja ao longo destes curtíssimos 21 séculos de igreja neotestamentária. Friso isso porque em nossos dias o credo apostólico é tão esquecido em nossa geração que não se fala sobre ele nas igrejas, não se há um doutrinamento acurado dele nas reuniões de instrução nas igrejas protestantes no geral.
O que é o credo? É uma forma individualizada na qual afirmamos aquilo que cremos; pode-se ser chamado como conjunto de doutrina particular de alguém. Isso é deveras importante para nós. As doutrinas fundamentais do cristianismo se encontram neste precioso credo antigo. Então, vamos à exposição do primeiro artigo do credo.
A SOBERANIA DE DEUS E SUA PARTENIDADE DESCRITA NO CREDO.
O nosso credo começa com a seguinte afirmação grandiosa: “Creio em Deus Pai, Todo-Poderoso criador dos céus e da terra;...”
Estas palavras me deixam preocupado, não com as verdades que aqui se encontram, mas pela ausência destas verdades nos púlpitos das igrejas atuais; Deus não é visto nos termos descritos no credo apostólico! O que houve com a nossa geração? Parece que ela perdeu todo o senso de quem é Deus; e, assim, caiu no total abandono de tudo que se expressa nestas palavras.
O que estas palavras nos ensinam de forma muito clara? Esta pergunta deve ser respondida da forma clara e simples possível. Aqui se enuncia a fé do homem em um objeto superior a ele. A realidade da fé é inegável para o homem.
Quando a Igreja Antiga confessava “Eu creio...” estava muito claro de que era uma igreja de pessoas que crêem. Antes de tudo precisamos crer. Fé é o imperativo singular na vida cristã.
O credo só possui razão de existência por causa da fé. Fé é confeccionada no credo! “Eu creio nisso, mas não creio naquilo” esta confecção não é apenas o sistematizar da fé, mas a revelação clara da mesma. O conjunto de doutrinas expressa a fé que professamos ter. E nesse sentido a fé é uma expressão verdadeira da igreja.
No que se crer no credo? “... em Deus...” Vocês já pensaram sobre isso? A fé não é vazia de conteúdo! Note-a segue uma direção, esta direção é Deus. Quando lemos e confessamos “Creio em Deus” o pressuposto por trás disso é “revelação”! Deus se revelou a mim no tempo e na história – nas obras da criação – a fé sempre tem a “Revelação de Deus” para se fundamentar, então, uma vez solapada a revelação de Deus se destrói a base da fé, e assim, somos jogados ao desespero! Isso porque não temos objeto de fé.
Fé aqui não é um salto desesperado em algo, mas em um ser pessoal – Deus! Precisamos levar em consideração que a fé é plantada em nós por Deus, sua revelação é necessária para isso.
Mas como Deus nos é apresentado no credo? Ele é apresentado como “Pai”; no credo nós lemos “Creio em Deus Pai...” Note que Ele não é mais um desses deuses de barro, que não expressa seu amor e seu cuidado. Nenhuma divindade é chamada de “Pai” com tanta propriedade como o é o Deus da Igreja!
Deus deve ser visto como Pai porque ele nos criou. O seu direito de paternidade está vinculado ao seu direito de criação. Antes de ser visto como Criador ele deve ser visto como pai. Que cuida, que zela e que ama.
Ora, se Deus deve ser visto como Pai, o pressuposto por trás disso é que nós somos seus filhos. Filhos pressupõem obediência ao Pai. Mas não fazemos isso. É triste, mas sempre estamos dispostos a negligenciar toda a revelação de Deus em nome de alguma coisa que nos proporciona lucratividade na vida.
A paternidade de Deus nos leva até a sua providência. O seu cuidado sobre cada um de nós; ele está sempre nos dirigindo, ele está sempre escolhendo o melhor caminho para a nossa vida; esse cuidado providencial é um forte indicador que de fato estamos, de forma bastante clara, nos cuidados de um Pai amoroso; então, a igreja quando confessa crer em Deus como Pai ela entende que ele a ama.
Então, você nunca deveria pensar que Deus não lhe ama. O nosso credo o chama de Pai é seu dever confiar no amor dEle. Negligenciar este princípio é professar uma fé vacilante! O que estou querendo dizer é que quando, no culto público, você recita “Eu Creio em Deus Pai...” na verdade você está dizendo: “Eu creio em Deus Pai que me ama, que cuida de mim”. Isso deve encher os nossos corações da mais terna gratidão! Isto não lhe deixa comovido como faz comigo? Deus que é Pai nos ama! Isso por si só é suficiente para continuarmos a vida cristã.
O credo não termina nestes termos. Ele confessa que crer em “Deus Pai Todo-Poderoso”. O que está incluído aqui? Aqui se nota a questão da soberania de Deus. Isto nos leva para o governo absoluto de Deus sobre todas as coisas. Ele, e somente ele pode de fato realizar o que quer, e o que deseja. Os céus e terra cumprem suas ordens.
A idéia fundamental de soberania pertence exclusivamente ao teísmo, pois, se há um Deus ele deve ser Todo-Poderoso. O texto de Apocalipse(1.8) nos informa exatamente esta realidade. Não há quem se atreva a negar esse atributo de Deus – todo o poder - , pois, seria ir contra toda a evidência que nos cerca.(Salmos 62.11;18.13-15;89.6; Daniel 4.35)
Há um Deus soberano no Universo e que o nosso “livre-arbítrio” nada é diante do Deus Todo-Poderoso. Na verdade toda a nossa vida está escrita em suas mãos, e todos os nossos dias foram planejados por Ele, o que isso significa? Bem, significa que é um mito pensar que somos livres! É um erro pesar que temos uma liberdade, não nós não temos tal liberdade, pois, nossa vida é a vida que Deus planejou.
Isso exclui nossa responsabilidade? Não. Deus continua sendo o Deus Todo-Poderoso que nos deu sua imagem, e esta imagem nos torna responsáveis diante do grande Rei do Universo, e nós somos seus súditos e devemos fazer a sua vontade, caso contrário seremos de fato punidos por ele.
Mas como os crentes do segundo século perceberam que Deus é Todo-Poderoso? O credo nos informa, pois, Deus é visto como tal por é “...criador dos céus e da terra ”. Este é outro aspecto que precisa ser considerado com muita propriedade em nossos dias, pois, pessoas há que defendem que não há um criador no universo. Deus é banido da escola, da faculdade e Darwin é colocado no centro. Sim! Falo da doutrina evolucionista – que não passa de uma teoria – que está corrompendo os nossos jovens.
Muitos jovens que antes eram cristãos abandonaram a crença em um Criador. O credo nos ensina que a fé da Igreja é que este universo não é fruto de um big-bang, pois, como poderia haver uma explosão no espaço lugar que não tem oxigênio? Ou como poderia a vida humana, tão complexa em sua constituição, ser fruto de um processo evolutivo onde a ameba começa como o proto-ser para tornar-se em um homem? Tudo contrário a razão.
Não queridos! Nada surgiu sem uma mente inteligente. Aliás, Deus se faz necessário na existência humana exatamente porque não há outra explicação plausível para a criação da alma humana – uma evolução? Nada! – pois, a Imago Dei no homem é a melhor explicação.
Creio em Deus “criador”, ele nos criou e nos trouxe a existência por sua vontade deliberativa. Como os primeiros cristãos chegaram a esta afirmação? Como perceberam Deus como criador? O credo nos diz que “Deus é criador dos céus e da terra”.
Aqui o gnosticismo tem sido frontalmente rejeitado. Pois, este ensino criou um dualismo entre o mundo do Espírito e o Mundo da matéria. Onde havia um Deus – lógos – criou o mundo do Espírito; e o Dimiurgo criou um mundo material. O credo nos mostra que Deus, que é infinitamente bom por ser Pai, e todo amoroso pela mesma razão, criou o mundo angélico e espiritual ( Céus ) como também criou o “mundo da matéria” (terra). O dualismo é negado pela Igreja de Cristo. Deus é visto como sendo Todo-Poderoso porque criou os céus e a terra – então, tudo é bom. “Todo Dom perfeito vem dEle”(Tg.1.17-18).
Aplicações:
Que aplicações podemos deixar sobre este primeiro artigo do nosso credo? Vejamos:
1. Fé envolve mais que os elementos subjetivos – creio em Cristo para a salvação – ela carrega um elemento objetivo – conjunto de verdades – e assim, que possamos de fato Ter uma fé que não vacila.
2. Perceber que Deus é o objeto de nossa fé isso implica que nada pode ser superior a ele em nossas vidas.
3. Entender que Deus nos ama – pois, ele é o nosso Pai, e quando recitarmos o credo jamais devemos esquecer disso.
4. Viver sob a soberania de Deus realizando a sua vontade, é assim que deve ser a vida cristã. Deus para ser Deus deve ser plenamente soberano no mundo que ele mesmo criou.
[1] O Autor é membro da Igreja Presbiteriana do Brasil. É fundador e atualmente lidera a Congregação Presbiteriana da Sagrada Herança Reformada em Piedade – Jaboatão dos Guararapes.